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Mês dos Pais: conheça histórias de paternidade real

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De acordo com dados da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen), por dia, quase 500 crianças são registradas sem o nome do pai na certidão de nascimento, no Brasil. Por razões como essa, a Lei 14.623/23 – que institui o Dia Nacional de Conscientização sobre a Paternidade Responsável, a ser comemorado, anualmente, em 14 de agosto – foi sancionada e é tão fundamental para inspirar os futuros pais a abraçarem o papel mais importante de suas vidas. Além de trazer um filho ao mundo, eles devem cuidar, educar e compartilhar com este novo ser o afeto que é tão próprio da arte de ser pai.

Para muitos, por outro lado, o despertar para esta tarefa é tão natural quanto deveria ser para todos. É o caso do advogado Rafael Maciel, 44 anos, que é pai de duas filhas: Caetana, de 15 anos, e Maria Rita, de 13. Ambas são fruto do casamento de Rafael com a também advogada Luciana Maciel. Rafael conta que o nascimento de Caetana foi um acontecimento chave para ele mudasse suas visões sobre saúde e futuro. “Quando a minha primeira filha nasceu, eu estava obeso e, ao niná-la, eu suava muito, sentia o braço muito pesado ali, então eu percebi que precisava mudar. E a Luciana ainda me desafiou, ela disse que daquele jeito eu não chegaria aos 15 anos da minha filha”, lembra.

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Rafael recorda que a motivação para mudar de vida foi tamanha que, neste ano, na manhã da festa de comemoração do aniversário de 15 anos de Caetana, ele correu 55 quilômetros, porque estava treinando para o Ultraman Brasil 2023, no qual competiu em Ubatuba (SP), em abril. Mas não foi só a engatar no atletismo que a paternidade o ensinou. “Se de um lado me tornar pai me deixou mais cauteloso com a saúde, também me tornou mais empreendedor. Você não pode se acomodar, porque aquele serzinho ali precisa de você. É preciso levar o leite para casa. Acho que essa expressão parece bobagem, mas é isso mesmo. É algo que nos torna mais produtivos”, reflete.

Com essa rotina frenética, conciliando o atletismo com a direção do escritório Rafael Maciel Sociedade de Advogados (RMSA), que é referência em Direito Digital, o advogado ainda encontra tempo para ser presente nos momentos mais inusitados da rotina familiar. Em março deste ano, a família viajou para o Rio de Janeiro para assistirem ao show da banda Coldplay. “É uma banda que eu sou fã e que conquistou também a geração delas, então foi superlegal, porque os quatro estavam curtindo. A Maria Rita estava doida para ir e foi muito legal o dia em que eu consegui comprar o ingresso, porque ela chorou de emoção. Foi bonitinho demais”, derrete-se o pai.

Mais recentemente, Rafael compartilhou em suas redes sociais a verdadeira saga que foi para realizar o sonho de Caetana de assistir ao show da cantora Taylor Swift, na cidade do Rio de Janeiro, em 18 de novembro. “Já sabíamos que ia ser uma dificuldade enorme. E eu só conseguia pensar no quanto eu queria poder proporcionar aquilo para ela”, relata. Segundo ele, foi preciso ligar diversos monitores e entrar em várias filas virtuais. “Foi uma manhã inteira até umas 13 horas da tarde quando eu consegui comprar um ingresso e eu fiquei preocupado porque, obviamente, ela não poderia ir sozinha. Mas, no final das contas, eu consegui comprar também o da mãe e o da Maria Rita. Quando a Luciana contou para elas em casa, elas gritaram e pularam. Foi bem legal”, diverte-se, ao recordar do momento.

Rafael, que se considera perfeccionista e autocrítico com seu papel de pai, diz que gostaria de ser ainda mais presente na vida das filhas. Porém, o que ele acredita ser o segredo na construção do melhor relacionamento com elas e que ele tem implementado cada vez mais é o hábito de ter momentos inteiros. Foi com esse pensamento que ele decidiu levar a filha mais nova para assistir ao jogo do Flamengo e do Fluminense no Maracanã nessas últimas férias. Detalhe: ela torce para o Flamengo e ele para o Fluminense. “Quando voltamos, ela estava um amor comigo. Fomos somente eu e ela e ficamos muito próximos. Então, quando a gente tem esse tempo de qualidade, a gente consegue conciliar tudo”, ensina.

Pai de primeira viagem

O odontólogo Ricardo Oliveira é pai de Sofia, de 2 anos, fruto de seu casamento com a também odontóloga Márcia Luz. Ele conta a sua experiência do despertar para a paternidade de uma forma quase epifânica, como se houvesse um Ricardo antes e um depois do nascimento da filha. “Até a Sophia nascer, eu pensava mais no dia de hoje. Não preocupava tanto com a alimentação, com a saúde e vivia mais o presente. Depois da paternidade, eu passei a pensar muito no amanhã, ou seja, no futuro. Penso em ter uma saúde para poder acompanhá-la, na questão financeira para dar uma segurança a ela e no que preciso fazer para ser um bom pai e a poder oferecer o melhor a ela”, explica.

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De acordo com Ricardo, para o pai responsável, a prioridade deve ser o filho e se for necessário reduzir a jornada de trabalho para estar presente na vida dos filhos, isso deve ser feito. “Conciliar o tempo não é fácil. Principalmente quando você tem um recém-nascido que precisa de uma atenção muito maior. Então, a partir dali, é a sua vida profissional e o filho, não resta mais tempo para nada, nem para dormir direito”, destaca. Contudo, ele avalia que, pessoalmente, agora que Sophia já está com dois anos e meio e é mais independente, as coisas estão um pouco mais fáceis. “Mas para você conciliar a vida de pai e a profissional, você tem que diminuir sua jornada de trabalho e todo o tempo que resta, você dedica ao seu filho. Senão, ele cresce e você não aproveitou essa fase tão boa”, pontua.

O odontólogo, com o pragmatismo inerente a muitos profissionais da área da saúde, analisa que, apesar de envolver o lado emotivo, ter um filho é como empreender qualquer outro negócio na vida, isto é, requer planejamento. “Filho é uma benção quando é bem planejado, quando os pais estão no momento certo, em comum acordo e os dois assumem as responsabilidades. Não existe, eu acho, hoje, aquela mãe que dá conta de tudo. Assim como não existe o pai que dá conta de tudo. E a responsabilidade de ser pai está em tudo: dar banho, olhar, educar e tudo mais. Mas tudo isso é muito prazeroso. Você não faz porque tem obrigação, você faz por amor. Só sendo pai mesmo para saber o dia a dia, aquilo que você passa, as emoções”, conclui.

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